.
no caminho certo das formigas sobre a pia
vou compondo meu universo de dezembro
enquanto meu irmão pede calma e assobia
uma canção que de tão triste já não lembro
.
minha mãe compõe caminhos e versos e fogo
e o meu céu fica por trás do ópio e da porta
através do inferno a vida fumaça de jogo
trinca de baralho ou lâmina que não corta
.
mas a festa está ao longe e se foi o carnaval
ânsia é só um abraço na minha filha de neve
na sala a casa é criança, gritos e festival
.
o ano passa e tudo mais a mais ficando leve
a rua um alpendre de desilusões e continuo
essa quase música que sem fim não concluo.
José Leite Neto
3 comentários:
De "o livro da chuva" este
publicado na Revista do Escritor Brasileiro.
muito bom!
Que bonito!!!
parabéns!!
Postar um comentário