segunda-feira, 14 de julho de 2008

Musa clara

.
um dia, encontrei no ar
sem que pensasse ou previsse
e no lirismo em que flanava
a musa, que se ia ligeira
tal qual alva pomba verdareira
.
tramava, ela, as urdiduras
urgentes de um poema
em um oficio de anjo
.
consenti a esperança e me vi feliz
como o macaco da fabula
de Pedro Malazartes
que pela estrada, ia tocando
em seu banjo alegre, uma toada veloz
.
foi neste este dia
que, o destino, pelas artes
ficou denso como
o mar da Irlanda
e eu perdi, do tempo, a noção
numa viva epifania joyceana
.
senti que, ali, ainda
o meu coração de leão
se habitaria de poesia
pela decurso
da vida inteira
Ricardo S. Reis

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