sábado, 21 de junho de 2008

Umbigos, virilhas e pentelhos

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§Sou um cara sem a misericórdia de um guardanapo que mal serve como rascunho para meus versos falsos. As cantadas tolas sempre falham, pois sei que todo o pensamento naufraga em labirintos infinitos. É como respirar fundo com a cabeça embaixo d’água, em qualquer privada de motel. O abrigo perfeito seria entre as coxas das moças que nem sei o nome. Adoro perder-me entre umbigos, virilhas e pentelhos.
§Ainda me lembro da minha primeira trepada com a mulher que sequer amei de verdade. Recordo que nunca presenteei minhas paixões com flores, nem dei bombons às amantes em cada noite desmaiada entre seios e anseios por qualquer néctar. É irritante achar que sou um homem vigoroso, apenas por ficar de pau duro. Chulo? Pode ser. Mas não menos sincero que todas as ejaculações banais que nós, garanhões cretinos, costumamos desperdiçar por aí.
§Para entender o que é gostar de uma mulher de verdade, eu necessito de um estimulante alucinógeno. Simplesmente para me drogar toda vez que a vida se transforma em algo suportável. Tipo casamento, TPM e vitrines de shoppings. Não se pode quantificar a angústia, ou classificar a dor de quem jamais aprendeu a entender esta espécie sedutora e irritante que só quer amar. Será?
§Amor é complexo. Uma palavra-medo que contrai o diafragma e leva o estômago à boca. Eu apenas quero solidão e todas as mulheres ao meu lado. Sou cretino, cruel e apetecido por deltas e olhares fatais. Não quero que ninguém me julgue, por favor. É instinto misturado ao machismo. Tudo lecionado de pai para filho, geração após geração.
§Também conheci damas que afirmavam que monogamia é tédio. Outras me deram na cara, porque deixei claro que só queria a xoxota. Palavra de baixo calão! Desculpe, é que eu aprendi que ser educado é ficar em silêncio. Mas eu berro. Ainda não encontrei alguém para fazer com que as palavras sumam. Sei que preciso aprender a ser homem além cama. Tudo para permitir que algum verdadeiro afeto me aconchegue em uma única voz. Que cale a minha fala entre a cama e os olhares. Não adianta, pois sempre que alguma mulher fecha a minha boca, as palavras se entreabrem. Assim como as suas pernas.
Bruno Cazonatti

3 comentários:

Anônimo disse...

Para mais de Bruno Cazonatti,
visite: "acidopoetico.wordpress.com"

lula eurico disse...

Abraçamigo e fraterno.
Obrigado pelo convite, que aceito de bom grado.
Até breve!

Anônimo disse...

Caros amigos,
acredito que seja de bom agrado ampliar este sarau amplificado!
ampliemos para a liberdade de expressão como um todo!fotografias, cronicas, textos... tambem serão aceitos.
mas estes sem perder a conotação e sonoridade poética!!!
sem perder a verdade da alma humana!
a sua pessoa em ARTE!

queremos receber a todos aqui!
cresçam e apareçam POETAS!
Queimem e vivam!
MUITO OBRIGADO!!!