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Foi-se embora do meu jardim,
Desesperada pelo aroma das rosas e jasmins
Retirou as sementes que plantei em sulco umedecido
Abandonou a pá e o adubo num canto de castigo
E se calou com espinho e cerca de boquim.
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Foi-se embora do meu jardim,
Sem deixar nem um bem-me-quer como consolo arredio
Enterrou o cravo para embelezar um destino vazio
Afogou os lírios em surtos de arlequim.
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Foi-se embora do meu jardim
Arrancou o mato tenro das lembranças vividas
E se benzeu em banho de alecrim
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Foi-se embora do meu jardim
E secou o amor que prometeu a mim...
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Foi-se embora do meu jardim...
Éric Meireles de Andrade
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